Áreas que totalizam 81.111 m² nos bairros Jabaquara, Vila Andrade, Morumbi e Vila Sônia, necessários para a implantação da Linha 17-Ouro (Jabaquara-Congonhas-SãoPaulo/Morumbi) do Metrô, serão desapropriadas. O decreto estadual nº 57.843 que declara os terrenos de utilidade pública, assinado pelo governador Geraldo Alckmin, foi publicado pelo Diário Oficial do Estado na quinta-feira (8).
Ao todo, serão desapropriados 51 imóveis, cujos proprietários e inquilinos começarão a ser notificados nas próximas semanas pelo Metrô. Durante o processo de desapropriação, equipes da Coordenadoria de Relacionamento com a Comunidade da Companhia realizarão visitas às casas dos moradores para orientação e esclarecimentos em caso de dúvidas. Esse é o terceiro decreto de utilidade pública para a implantação da Linha 17-Ouro. Nos dois anteriores (57.056, de 10/06/2011 e 57.287, de 29/08/2011), já haviam sido decretados 110 imóveis, somando uma área total de 41.579 metros quadrados nos trechos entre as estações Jabaquara – Morumbi (CPTM) e Estação Congonhas – Av. Jornalista Roberto Marinho.
Benefícios para São Paulo
O primeiro trecho a ser entregue à população, com 7,7 km de extensão, será entre o aeroporto de Congonhas e a Estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda da CPTM (Osasco-Grajaú), com oito estações. Na sequência, a Linha 17-Ouro será integrada à Linha 5-Lilás, na futura Estação Água Espraiada, até meados de 2014. O restante da linha – da estação Morumbi (Linha 9-Esmeralda) até a estação São Paulo-Morumbi (Linha 4-Amarela), passando por Paraisópolis, e do trecho Jabaquara a Brooklin Paulista – tem previsão de entrega a partir de 2015. A Linha 17-Ouro completa terá cerca de 18 km de extensão e 18 estações, com demanda inicial estimada é de 252 mil pessoas por dia.
A nova Linha 17-Ouro será operada em sistema monotrilho, opção adotada pelo Metrô devido ao menor custo de implantação, por oferecer melhor inserção urbana e proporcionar atendimento pleno à demanda da região. O monotrilho utiliza via elevada, sem necessidade de escavação e construção de túnel e sem causar interferência no viário. Suas estruturas, de concreto pré-moldado, fixadas em canteiros centrais de avenidas, eliminam sensivelmente o número de desapropriações que ocorreriam no caso de metrô pesado e geram pouca interferência em termos de impacto urbanístico.
Os trens utilizados pelo monotrilho funcionam com energia elétrica e se movimentam com pneus, o que torna sua operação silenciosa e menos poluente. Também oferecem conforto e eficiência similares a do metrô convencional. O monotrilho funcionará na mesma velocidade do metrô subterrâneo. As composições terão ar-condicionado e toda a tecnologia de última geração incorporada pelos novos trens que o Metrô está adquirindo. A operação obedecerá a índice de qualidade igual aos das demais linhas.
Vale ressaltar que a implantação de linhas metroferroviárias por si só gera benefícios elevados, pois reduz a emissão de poluentes, garante ganho no tempo de viagem, melhora a qualidade de vida e diminui gastos com acidentes. Para se ter ideia, o Metrô de São Paulo gera R$ 5 bilhões por ano em benefícios socioambientais.