Dentro de tubulações, escalando torres, operando empilhaderas, vendendo bilhetes, operando trens, zelando pela segurança, …sim, as mulheres estão em todas as dependências metroviárias e atuam nas situações mais inusitadas
O Metrô de São Paulo, empresa pioneira na inserção da mulher no mercado de trabalho, tem muito a comemorar hoje (dia 8), "Dia Internacional da Mulher". Atualmente, as metroviárias já ocupam 1.673 postos de trabalho e são maioria em três das principais gerências da Companhia.
Antes, elas eram destacadas para ocupar postos com caráter mais feminino e sem riscos, mas a situação começou a mudar a partir de 1986, quando se formou a primeira turma de operadoras de trem. Desde então, ser metroviária é sinônimo de desempenhar as atividades pouco comuns à maioria das mulheres. Vale destacar que hoje são mais de 115 operadoras de trem. Na primeira turma, eram apenas três. Elas ampliaram seu espaço. Inclusive, em um ambiente exclusivamente masculino.
Na segurança, mais de 130 mulheres são agentes. Elas são exemplo no atendimento ao público. Zelando pela segurança do usuário, do patrimônio e do sistema operacional, elas são aliadas da Companhia na preservação da ordem e da seguranças das linhas metroviárias. Mesmo sem utilizarem armas, as agentes de segurança mantêm o condicionamento físico através de vários tipos de treinamento incluindo técnicas de defesa pessoal e de imobilização.
No quesito segurança, as mulheres também têm forte presença. Já são oito funcionárias responsáveis pela supervisão desse setor. Vale destacar que a agente de segurança mais antiga em atuação percorreu todos os degraus do cargo e hoje é a única mulher Supervisora Geral de Segurança. Lucélia Fernandes Silva atua na região da estação Chácara Klabin.
As agentes de estação que trabalham em bilheterias, catracas e salas de supervisão operacional das estações são 505 mulheres. Em contato direto com os usuários, elas auxiliam nos embarques e desembarques, retiram objetos da via e orientam opúblico sobre pontos de interesse próximos às estações. Tatiane Cavalcante, OTM-1 da Estação Sé, ressalta que não sofre discriminação por parte dos empregados homens. “A mulher está tendo mais espaço e o seu valor reconhecido“. Porém, lembra que o preconceito ainda é comum na sociedade.
As supervisoras de estação foram as que mais alavancaram a carreira nos últimos dez anos, passando de duas para 51 empregadas. As estações pioneiras a terem mulheres no comando foram São Joaquim (Linha 1-Azul) e Penha (Linha 3-Vermelha).
Mulheres na Manutenção
Escalar torres de ventilação, entrar em galeria de cabos, descer na via não é serviço para qualquer pessoa. Mas as cerca de 60 mulheres que trabalham na manutenção do Metrô enfrentam todos esses desafios.
As equipes que cuidam de trechos são divididas em supervisores, técnicos, encarregados e grupo operacional. É o caso de Juliana Thaís Geraldo, técnica de sistema eletrônico que ingressou na Companhia em 2006 e atua nessa área desde 2010. “No início, achei um certo desafio, já que fui a primeira mulher na manutenção preventiva. Foi uma novidade para mim e para os homens".
Ela também comenta a participação da mulher em determinadas funções. “A mulher não é fraca. Se estiver apta, ela é capaz de desempenhar as mesmas funções dos homens, averiguando as condições das estruturas das estações e túneis, fazendo medições elétricas, projetando soluções ou especificando alterações e melhorias no sistema metropolitano".