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Subterrâneo

O METRÔ SUBTERRÂNEO

As linhas subterrâneas de metrô são as mais apropriadas para as áreas densamente ocupadas, proporcionando menor impacto à superfície, menor volume de desapropriações, facilidades para o remanejamento de grandes interferências enterradas, reduzidas interrupções do tráfego e preservação do patrimônio histórico.

TRINCHEIRAS OU VCA

Também conhecido como método destrutivo devido à sua interferência na superfície, o método de trincheira, ou VCA, é utilizado em condições geotécnicas e geológicas variadas. O recobrimento costuma ser baixo, de até 20 m de profundidade, sendo aplicado onde não há interferência com o sistema viário, ou onde seja possível desviar o tráfego sem que isso cause grandes transtornos.

O VCA também conhecido como cut-and-cover, foi o método mais utilizado para a construção da Linha 1-Azul, tendo sido aplicado de forma contínua no trecho entre Jabaquara e Japão-Liberdade.

Esse método foi utilizado para o traçado da Linha 2-Verde sob as avenidas 23 de Maio e Heitor Penteado.

Uma variação desse processo, conhecido como “método invertido” ou cover-and-cut, é utilizada quando a ocupação temporária da superfície precisa ser abreviada devido às condições locais.

Para sua execução, estão disponíveis três métodos construtivos:

  • 1 trincheira ou VCA (Vala a Céu Aberto);
  • 2 túnel mineiro (NATM – New Austrian Tunnelling Method);
  • 3 mecanizado, ou por máquina tuneladora (TBM – Tunnel Boring Machines).

Aqui, o procedimento é o seguinte:

  • 1 as paredes de contenção são executadas a partir da superfície;
  • 2 em seguida, é feita a laje de teto, que libera o tráfego de superfície;
  • 3 depois, é feito o escoramento interno das paredes laterais;
  • 4 conclui-se com as etapas sucessivas de escavação e execução de lajes intermediárias até atingir-se a cota desejada.

TÚNEIS MINEIROS (NATM)

O método NATM é utilizado com sucesso na construção de túneis e estações subterrâneas de grandes dimensões. Uma de suas vantagens é a adaptabilidade da seção de escavação, que pode ser modificada em qualquer ponto, de acordo com as necessidades geométricas e de parcialização da escavação, que, às vezes, se torna necessária em maciços pouco competentes ou que estão sob forte pressão hidrostática. Nesses casos, outras medidas associadas à aplicação desse método são rebaixamento do lençol freático, revestimento prévio e as mais comumente usadas, injeções químicas ou de cimento.

O NATM consiste na escavação sequencial do maciço utilizando concreto projetado como suporte, associado a outros elementos como cambotas metálicas, chumbadores e fibras no concreto, em função da capacidade autoportante do maciço.

Por meio do método NATM, a deformação do maciço adjacente é deliberadamente favorecida, adaptando-a ao contorno escavado, bem como redistribuindo e reduzindo as tensões máximas induzidas, evitando-se assim a desagregação do maciço.

O MÉTODO CONSTRUTIVO NATM

Detalhe típico de incorporação de cambotas com concreto projetado

1º Etapa

2º Etapa

3º Etapa

  • A – Aplicação de uma camada de concreto projetado sobre a superfície escavada
  • B – Colocação da cambota
  • C – Execução parcial da 2ª camada de concreto projetado
  • D – Complementação da 2ª camada de concreto projetado no passo anterior

SEQUÊNCIA EXECUTIVA

  • 1 Executar tratamentos e DHPs
  • 2 Escavar avanço na 1/2 sessão
  • 3 Instalação cambota + concreto projetado da 1/2
  • 4 Executar o arco invertido provisório
  • 5 Escavar o rebaixo em nichos laterais
  • 6 Instalar cambota + concreto projetado do rebaixo
  • 7 Escavar o arco invertido definitivo
  • 8 Fechar a cambota + concreto projetado do arco
  • 9 Executar revestimento final

OS TIPOS DE CONDICIONAMENTO DE MACIÇO MAIS COMUNS SÃO:

  • 1 colunas de solo-cimento horizontais ou verticais;
  • 2 enfilagens tubulares (injeção de calda de cimento através de tubos);
  • 3 enfilagens cravadas (tubos metálicos);
  • 4 injeção química (injeção de produtos químicos aglutinantes);
  • 5 agulhamento (vergalhões de aço, fibra de vidro ou jet grouting);
  • 6 drenagem – rebaixamento do nível d’água(poços, ponteiras, drenos – vácuo);
  • 7 congelamento do maciço;
  • 8 enfilagens por microtúneis.

No caso de mezaninos próximos à superfície, entre 1 e 4 metros de profundidade, bem como de áreas onde há tráfego intenso, o NATM pode não ser a solução mais adequada devido à baixa cobertura de solo, a menos que sejam utilizados sistemas auxiliares. Para esses casos tem sido adotado o uso de enfilagens horizontais, como as utilizadas na construção das estações sob a Av. Paulista, que proporcionam interferência mínima na superfície. Trata-se de uma solução mista entre o NATM e a escavação invertida.

Seção típica das estações Brigadeiro e Trianon-Masp, onde foi utilizado o método misto com uso de enfilagens

MECANIZADO (TBM – TUNNEL BORING MACHINES)

A escavação de túneis em terrenos brandos, ou pouco competentes, sempre se constituiu em um grande desafio, finalmente vencido em 1825, por Marc I. Brunel. Ele construiu o primeiro túnel sob o Rio Tâmisa mediante o avanço de uma couraça metálica sob a qual a escavação e o revestimento podiam ser feitos em segurança. Essa primeira couraça (em inglês, shield) evoluiu com o tempo e hoje se desdobra em diversos tipos de máquinas tuneladoras (Tunnel Boring Machines – TBM). Outra grande evolução da técnica de engenharia de túneis é a utilização de máquinas para a escavação em rochas competentes e duras em substituição à escavação com uso de explosivos. Na escavação de rochas, muitas vezes a utilização da couraça pode ser dispensada.

O Metrô de São Paulo foi o primeiro a utilizar no Brasil, uma máquina tuneladora de grande diâmetro que a população paulistana logo apelidou de “tatuzão”. Esse método construtivo foi aplicado desde a Linha 1-Azul, executada nos anos 70, até o novo projeto da Linha 4-Amarela, que previa a utilização de uma grande máquina para a escavação dos túneis de via.

A escavação é efetuada por equipamento mecanizado, com frente aberta ou fechada, sob a proteção da couraça. Imediatamente atrás, ainda dentro da couraça (eventualmente fora dela, quando o maciço permitir), é montado o revestimento segmentado pré-moldado de concreto (ou metálico). O avanço da máquina se dá pela reação de macacos contra os anéis de revestimento já montados. No caso de TBM para rocha, sem couraça, o avanço se dá mediante sapatas ancoradas nas paredes laterais do túnel.

TBM do tipo couraça, ou shield, destacam-se as seguintes:

  • 1 shield manual (frente aberta);
  • 2 shield com suporte mecânico frontal;
  • 3 shield manual com ar comprimido;
  • 4 shield bentonítica (Slurry Shield);
  • 5 earth pressure balanced shield – EPBS.

A SEGUIR, A REPRESENTAÇÃO DOS ESQUEMAS DE FUNCIONAMENTO DOS PRINCIPAIS TIPOS