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12/12/2018 – Metrô e trem são os meios de transporte coletivo que mais cresceram em número de viagens segundo a Pesquisa Origem Destino

Pela primeira vez pesquisa faz levantamento sobre serviço de táxi por aplicativo

O sistema de transporte sobre trilhos apresentou crescimento de 53% no número de viagens diárias na Grande São Paulo, no período de 2007 a 2017, de acordo com os primeiros resultados da Pesquisa Origem Destino (OD) 2017 – apresentados nesta quarta-feira (12), no Instituto de Engenharia de São Paulo.

A OD, a maior pesquisa de mobilidade urbana do país, é realizada a cada 10 anos pelo Metrô de São Paulo. Ela mostra que as viagens diárias feitas utilizando metrô e trem como modo principal chegaram a 3,4 milhões e 1,3 milhão, respectivamente, em 2017. Na apuração de 2007, eram 2,2 milhões de viagens diárias de metrô e 800 mil nos trens (crescimento de 55% em ambos). No mesmo período, os ônibus apresentaram queda de 5%, de 9 milhões de viagens/dia para 8,6 milhões em 2017.

Ao todo, o transporte coletivo, que compreende metrô, trem, ônibus, escolar e fretado, foi responsável por 15,3 milhões de viagens/dia, representando 37% do total de viagens feitas na Região Metropolitana de São Paulo (crescimento de 10%). Esse tipo de transporte faz parte da categoria de viagens motorizadas, que foram 28,2 milhões por dia ou 68% do total, um aumento de 12%. Em 2007 eram 25,2 milhões ou 66% do total.

Também está inserido na categoria de motorizado, o transporte individual, que é constituído pelas viagens por automóvel, motocicleta e táxi, e que representou 12,9 milhões/dia ou 31% do total, com crescimento de 15%. Nessa modalidade o destaque fica por conta do grande aumento das viagens realizadas utilizando táxi. Foi registrado um salto de 424%, saindo de 90,7 mil para 475,3 mil viagens/dia. E a novidade está no chamado "táxi não convencional", que são os serviços similares a táxi, requisitados via aplicativos de celular, e que foram levantados na pesquisa domiciliar pela primeira vez nesta edição, – por se tratar de um novo modo de transporte. Os "não convencionais" promoveram 362,4 mil viagens/dia ou 76% das viagens feitas apenas por táxis, enquanto os convencionais representaram 24%, com 112,9 mil viagens.

A pesquisa contabilizou também as viagens não motorizadas, que foram 13,2 milhões, representando 32% do total. O aumento foi de 2% em relação a 2007, que havia apontado 12,9 milhões de viagens ou 34% do total à época. Essa forma de deslocamento é constituída pelas viagens a pé e por bicicleta. Embora a não motorizada não seja a modalidade de deslocamento mais utilizada em São Paulo, é nesse grupo em que se encontra a forma campeã de viagens diárias como modo principal: a pé. São 12,8 milhões de viagens a pé por dia, com aumento de 1% (12,6 milhões em 2007), representando 31% de todas as viagens. Já a bicicleta é responsável por 0,9% do total de viagens com 400 mil/dia, em um aumento de 32% (300 mil em 2007).

– Distribuição das viagens diárias por modo principal:

De maneira geral, a OD aponta que nesses 10 anos o número de viagens na RMSP, considerando todas as modalidades, cresceu mais que a população e o emprego: aumento de 9% nas viagens diárias, de 38,1 para 41,4 milhões; enquanto a população aumentou de 19,5 para 20,8 milhões (+ 7%) e o emprego, formal e informal, saltou de 9,1 para 9,4 milhões (+ 4%).

Com esses dados é possível calcular o índice de mobilidade da Grande São Paulo, que é o indicador do número médio de viagens por habitante. Não houve uma mudança significativa já que o índice de 1,95 viagens por habitante registrado em 2007 passou para 1,99.

– Índice de mobilidade por modo:

Os fatores que motivam as viagens também são apurados na pesquisa. Os deslocamentos por motivo de trabalho permanecem em primeiro lugar, com 18,6 milhões ante 16,9 milhões de 2007, crescimento de 10%. As viagens por motivo escolar vêm em seguida: 13,5 milhões, com aumento de 3% em comparação a 2007, quando eram 13,2 milhões; e os demais motivos são responsáveis por 9,3 milhões, registrando aumento de 15% (eram 8,1 milhões em 2007).

O horário de pico da manhã ocorre entre 6h e 7h, e o da tarde, entre 17h e 18h, onde prevalecem as viagens motorizadas. No período do meio-dia prevalecem as viagens a pé.

  • Flutuação horária das viagens em 2017:Por modo Por motivo

Viagens ( X 1.000) Viagens ( X 1.000)

Por fim, foi apurado que o tempo médio das viagens diminuiu. O transporte coletivo registrava uma média de 67 minutos por viagem e baixou para 60 minutos. No transporte individual o tempo médio caiu de 31 para 26 minutos. A pé, o tempo reduziu de 16 para 12 minutos e, por bicicleta, de 26 para 23 minutos.

Linha de Contorno

A Pesquisa OD também faz o levantamento das viagens de entrada e saída da RMSP. Essa etapa da pesquisa, chamada de Linha de Contorno, pesquisou 21 rodovias de acesso à Metrópole e dois aeroportos (Cumbica e Congonhas), além dos três terminais rodoviários da capital (Tietê, Jabaquara e Barra Funda).

Os primeiros resultados da Pesquisa na Linha de Contorno apresentam a contagem de veículos por rodovia, tipo de veículo (de carga ou passageiros), origem e destino, além da quantidade de veículos por horário de passagem na Linha de Contorno, entre outras informações.

A Rodovia dos Bandeirantes é a de maior movimento, com 118,2 mil veículos (entre passageiros e de carga) por dia, seguida pela Castelo Branco (69,2 mil/dia), Imigrantes (54,3 mil) e Fernão Dias (50,6 mil/dia). A quantidade de veículos de passageiros nessas 21 rodovias aumentou de 287 mil/dia para 395 mil, enquanto a de veículos de carga diminuiu de 150 mil/dia para 129 mil. No total, foram 524 mil veículos/dia ante 437 mil/dia registrado na OD 2007.

Contagem de veículos por rodovias nos dois sentidos:

A Região Metropolitana de São Paulo pertence à Macrometrópole Paulista, juntamente com outras quatro regiões metropolitanas, dois aglomerados urbanos e uma unidade regional. Essas demais áreas geográficas da Macrometrópole se constituem nas principais origens e destinos dos veículos que entram ou saem da RMSP; 80% das viagens de veículos de passageiros e 70% das viagens dos veículos de carga estão circunscritas à Macrometrópole Paulista e pelos terminais rodoviários, 50%.

Como foi feita e o que é a Pesquisa Origem Destino

Gigantesca é a palavra que define a Pesquisa Origem Destino 2017. Para entender a mobilidade e a forma como as pessoas se deslocam na Região Metropolitana de São Paulo, proporções gigantescas foram adotadas pelo Metrô de São Paulo na execução da pesquisa.

Foram 2.400 pessoas envolvidas nos trabalhos de pesquisa em campo para visitar 132 mil domicílios, dos quais 32 mil foram validados. As residências visitadas estavam distribuídas nos 39 municípios da Grande São Paulo, em 517 zonas delimitadas para a pesquisa.

A coleta das informações foi feita com todos os residentes de cada um desses domicílios para saber quantos, quais e como foram feitos seus deslocamentos ao longo de um dia útil. Nesta edição, o questionário foi aplicado com a utilização de tablets, que permitiram a verificação automática de inconsistências nas respostas e que também auxiliaram no georreferenciamento dos locais informados.

No total, foram realizadas 156 mil entrevistas e 160 instituições estiveram envolvidas no trabalho. Na Linha de Contorno foram pesquisados 21 postos em rodovias de acesso à RMSP, três terminais rodoviários, dois aeroportos e quatro locais de aglomeração de ônibus fretados.

Após 11 meses de trabalho para a coleta das informações nos domicílios e 5 meses na Linha de Contorno, agora o próximo passo é realizar a montagem do banco de dados, montagem de variáveis auxiliares, além da tabulação dos resultados, análise e elaboração dos relatórios finais.

Com os resultados da pesquisa é possível fazer o mapeamento dos deslocamentos e das atividades econômicas da Grande São Paulo e planejar novos caminhos. São também largamente utilizados em estudos nos setores de urbanismo, segurança, saúde, educação etc.

Esta foi a sexta edição da OD, que é feita a cada 10 anos pelo Metrô desde 1967. A partir da primeira pesquisa foi elaborado o primeiro plano para a construção da rede básica de metrô de São Paulo. Ao longo destes 50 anos, foi possível perceber as grandes mudanças ocorridas na metrópole e planejar a expansão do sistema de transporte para atendimento da população.